Uma operação da Polícia Civil de Goiás trouxe à tona um caso envolvendo o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL-GO) e um adolescente menor de idade. A investigação aponta para uma suposta relação íntima entre o parlamentar e o jovem, motivando uma série de crimes para ocultar evidências.

Nesta quinta-feira (12), a Operação Peneira cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra três pessoas ligadas ao deputado. Entre os presos está o segurança pessoal de Alcides, que também mora em sua residência em Aparecida de Goiânia. Outros dois suspeitos incluem um instrutor de tiro e um policial militar da Companhia de Policiamento Especializado (CPE).

Detalhes da investigação

De acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), os suspeitos invadiram a residência do adolescente, ameaçando-o com armas de fogo para que entregasse seu celular e fornecesse a senha do iCloud. A intenção seria apagar vídeos, fotos e mensagens que poderiam expor o relacionamento entre o parlamentar e o menor.

Embora o nome de Alcides Ribeiro não tenha sido oficialmente divulgado pelas autoridades, o deputado confirmou ao jornal Mais Goiás que Leno, um dos presos, é seu segurança.

Repercussão política

O caso gerou impacto imediato na Câmara dos Deputados, durante uma discussão sobre medidas de combate à pedofilia. A deputada Adriana Accorsi (PT-GO), adversária política de Alcides, usou a tribuna para criticar a tentativa de associar pedofilia a partidos de esquerda, destacando que “o deputado acusado hoje no estado de Goiás é do PL.”

A fala de Accorsi gerou tumulto, e a deputada relatou ter sido alvo de ofensas por abordar o tema.

Apoio de Bolsonaro

Nas últimas eleições municipais, Alcides Ribeiro foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha para a prefeitura de Aparecida de Goiânia. Bolsonaro esteve ao lado de Alcides no dia do segundo turno, embora o deputado tenha sido derrotado por Leandro Vilela (MDB).

Próximos passos

A investigação segue em andamento, e os envolvidos estão à disposição das autoridades. A Polícia Civil continua analisando os dispositivos apreendidos e outras evidências para aprofundar o caso. O deputado ainda não comentou formalmente sobre as acusações relacionadas à suposta relação com o adolescente.